Pensando na escrita e no computador...
De há uns anos para cá, ninguém previa que a relação entre o homem e a máquina se tornasse tão normal.
A maquinização e a máquina foram durante séculos consideradas vazias de teores ou resultados. Porém com o desenvolvimento da industrialização este assunto alterou-se e humano é dependente desta maquinização. O computador permitiu e facilitou essa dependência.
A realidade do mundo exterior baralhou-se, de certo modo, com a realidade dita virtual. O virtual não se opõe ao real, mas sim ao actual, na medida em que o virtual acarreta uma potência de ser, pois o actual já é ser.
Neste “mundo virtual” toda a interacção é mediada, não importa a sua essência é o mesmo que acontece com as pessoas ou com qualquer outra coisa no universo.
Actualmente, vivemos numa Era em que a escrita tem duas mãos: mãos materiais e virtuais. Estas mãos têm ambas domínio, porém o texto produzido pelas mãos virtuais (por computador) é a materialização instantânea de um processo de produções virtuais.
Com este advento foram surgindo novas formas de escrita, de leitura, de autor e de leitor/ público.
As antigas missivas manuscritas, e os textos oficiais comerciais – dactilografados – foram substituídos pelas correspondências virtuais, deste modo a documentação escrita no passado era registrada em suportes, tais, como: madeira, papiro, pergaminho que actualmente, evoluiu para o ambiente digital.
Consequentemente, o computador passa a ser o livro. A reprodução do livro impresso passa a ser apresentado no meio electrónico, no ecran e é apresentada uma facilidade na modificação do texto, transformando-o em hiper texto. O hiper texto refere-se a um tipo de texto electrónico no qual a escrita não é sequencial. Nesse tipo de texto há uma ramificação que permite que o leitor escolha e leia através de um ecran de computador. Trata-se, na verdade, de uma série de blocos de textos interligados por nós, formando diferentes percursos para o usuário.
A substituição do livro pelo computador, do aparecimento do hiper texto, deste espaço virtual é criado pelo homem. Ele produz estes instrumentos que atendem às necessidades do seu tempo para comunicar. É fim do livro habitual, mas o nascimento do livro electrónico e não o fim da escrita.