Novas fórmulas digitais: do hipertexto à hiperficção
A época fértil para a expansão da hiperficção teve lugar na década de 1990, com a difusão em larga escala do computador, da Internet, da multimédia, com a emergências das ciências da informação...
Assente no teor do hipertexto, assume-se como uma forma de literatura computadorizada, na qual, sem o papel do leitor, a obra fica incompleta.
Na hiperficção, o texto perde a sua dimensão, a ordem espacial e temporal, não possui uma lógica, um compasso sequencial. A leitura da obra, definitiva e universal, não existe, a priori, mas é construída gradual e individualmente, a partir das opções que o autor sugere.
Exemplo: Em “My body”, de Shelley Jackson, a leitura da obra surge motivada pelas diferentes partes do corpo humano que, partindo da unidade, se apresentam desagregadas. Escolhendo cada uma delas, de forma aleatória, de cima para baixo, ou como se preferir, a cada uma corresponde um novo link, no qual a autora retrata, numa pequena narrativa (interactiva), a experiência com a parte interveniente.
Surge a dimensão criativa, também por parte do leitor / co-autor / autor secundário.
Neste tipo de criações, apresentam-se várias possibilidades de continuação, não existem regras específicas, não tem linearidade, princípio ou fim, daí a grande importância do leitor como máquina decifradora e construtora de sentido, possivelmente, o detentor do plano mais importante: completar e interpretar.
O corpo de Shelley Jackson é o nosso corpo. Não apenas ao nível das semelhanças físicas enquanto seres humanos, mas ao nível da capacidade de cada utilizador poder mobilizar cada fracção e reconhece-la, como se fosse sua, ou próxima. A sua estrutura representa, de algum modo, as diferentes formas e suportes que se aliam no hipertexto, ou na hiperficção: uma mão, um olho, um ouvido, uma perna... a escrita, a imagem, o som, o movimento...
Assente no teor do hipertexto, assume-se como uma forma de literatura computadorizada, na qual, sem o papel do leitor, a obra fica incompleta.
Na hiperficção, o texto perde a sua dimensão, a ordem espacial e temporal, não possui uma lógica, um compasso sequencial. A leitura da obra, definitiva e universal, não existe, a priori, mas é construída gradual e individualmente, a partir das opções que o autor sugere.
Exemplo: Em “My body”, de Shelley Jackson, a leitura da obra surge motivada pelas diferentes partes do corpo humano que, partindo da unidade, se apresentam desagregadas. Escolhendo cada uma delas, de forma aleatória, de cima para baixo, ou como se preferir, a cada uma corresponde um novo link, no qual a autora retrata, numa pequena narrativa (interactiva), a experiência com a parte interveniente.
Surge a dimensão criativa, também por parte do leitor / co-autor / autor secundário.
Neste tipo de criações, apresentam-se várias possibilidades de continuação, não existem regras específicas, não tem linearidade, princípio ou fim, daí a grande importância do leitor como máquina decifradora e construtora de sentido, possivelmente, o detentor do plano mais importante: completar e interpretar.
O corpo de Shelley Jackson é o nosso corpo. Não apenas ao nível das semelhanças físicas enquanto seres humanos, mas ao nível da capacidade de cada utilizador poder mobilizar cada fracção e reconhece-la, como se fosse sua, ou próxima. A sua estrutura representa, de algum modo, as diferentes formas e suportes que se aliam no hipertexto, ou na hiperficção: uma mão, um olho, um ouvido, uma perna... a escrita, a imagem, o som, o movimento...