Ergodicamente falando...
Literatura ergódica é a maneira como o teórico norueguês, Espen J. Aarseth, define a literatura e o livro produzidos na rede, incluindo links, infografia, holografia, narrativa circular, entre outras. Esta literatura exige um esforço suplementar de leitura para a sua interpretação porque são obras semi-finalizadas com o intuito de serem "concluidas" pelo leitor através da sua leitura particular.
Um dos tipos de literatura gerada por computador designa-se por hiperficção, como se pode verificar na obra "My Body" de Shelley Jackson, cuja narrativa é desenvolvida segundo uma estrutura em labirinto, assente na noção de hipertexto, em que a intervenção do leitor vai determinar um percurso de leitura único que não esgota a totalidade dos percursos possíveis de leitura.
Na obra “Concretus” de Tiago Gomez Rodrigues pode-se verificar uma espécie de matriz alfabética na construção dos objectos bem como sons e movimentos que se podem relacionar com o significado dos objectos ajudando a identificá-los. A matriz binária serve basicamente para que um computador consiga identificar aquilo que lhe transmitimos, mas será que num futuro próximo o computador conseguirá utilizar o mesmo código alfabético com que nos relacionamos?
Em qualquer dos casos o computador funciona como uma “prótese mental”, apenas prolongando de forma simbiótica o seu autor.