Escrita automática
Uma das principais ideias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra.
Escrita automática é, alegadamente, escrever dirigido por um espírito ou, fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, pelo inconsciente na actividade criativa.
Os seus defensores afirmam que o processo permite que se aceda a um “eu” mais elevado, bem como a outras inteligências e entidades; permite a obtenção de dados anteriormente inacessíveis da mente subconsciente; e liberta a energia espiritual para revelação e crescimento pessoal.
É muito provável que muitos desejos e ideias se exprimam na escrita automática, mas não é provável que seja mais que as noções da própria pessoa. Crescimento pessoal pode ser melhorado com a escrita automática se for avaliada reflexivamente e com inteligência. Por si só, a escrita automática não produz mais crescimento ou revelação que qualquer outra actividade humana.
Este tipo de escrita é um dos mais poderosos meios para a libertação da criatividade.
As características deste estilo são a combinação do representativo, do abstracto, e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos.
O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton, que em 1924 publica o primeiro “Manifesto Surrealista”. No manifesto e nos textos teóricos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra-lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo a nova ordem, as ideias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.
Esta escrita consiste...
... em ter uma folha de papel, escrever tudo o que vem à cabeça, o mais rapidamente possível. Não parar para ler o que já se escreveu nem dar atenção ao respeito ou não que se está a ter pelas margens ou pelas normas de ortografia. Apenas se deve escrever, incessantemente, durante um determinado tempo ou até cansar. Caso algum bloqueio apareça, é escrevê-lo! O importante é não parar. No início a tendência é escrevr coisas díspares, sem sentido (aparente), palavras ou frases soltas. Mas, com a práctica, é possível escrever textos quase acabados, com abordagens originais, sinceras e criativas!