O corpo como um labirinto em que se toca.
Começa por ser estranho. Ao aceder à página de entrada de The Body, de Shelley Jackson, deparamo-nos com uma tela que surge como se nos dissesse “olá. sejam bem vindos ao meu corpo”. Depois clicamos sobre essa tela. E não sabemos, ainda, que esse é o acto-chave de toda a obra que se nos apresentará depois daquele primeiro clique.
A imagem que então se nos apresenta é a imagem desenhada do corpo de uma mulher, sexo feminino exposto, uma adulta ainda jovem. Embora todo o corpo esteja representado na ilustração, o traço não é contínuo; isto é, é dado especial atenção e ênfase na representação de cada uma das partes que constitui o corpo e não no corpo como fluxo contínuo dessas mesmas partes. Aqui, o todo que é mais do que a soma das partes é diferente do todo que é formado pela soma das partes.
Este corpo nu, numa primeira visão apresentado como sendo o corpo de uma mulher neutra, inexistente, ou o corpo de Shelley, pode também representar o corpo de cada um de nós, o corpo do Homem. ( E aqui, mais uma vez, esta parte representa um outro todo, universal e abrangente.)
Ao movimentarmos o cursor do rato por cima dessa ilustração monocromática (talvez, ideia de simplicidade do corpo), apercebemo-nos de que cada uma das partes destacadas nos permite seguir uma hiperligação estabelecida através de novo clique. A concentração em cada uma das partes do corpo em detrimento do ‘esquecimento’ de todas as outras e do conjunto que todas elas formam- tal como na atenciosa concentração de exercício de yoga-, vai, assim, mais adiante, ao permitir que o leitor/ explorador se chegue mais à frente em cada uma das partes que lhe são mostradas.
A página seguinte, é sempre uma página que não fora estabelecida para ser apenas a seguinte. Se acedermos a “knees”, por exemplo, deparar-nos-emos sempre com a mesma página; porém, também a ela poderemos aceder através de hiperligações constantes noutra qualquer página correspondente a outra qualquer parte do corpo.
O texto constante em cada uma dessas páginas é um mais ou menos breve texto reflexivo acerca de cada uma das partes correspondentes- e surge acompanhado quase sempre por outra imagem da respectiva parte do corpo; remetendo para a ideia de que o corpo não é sempre igual, nem ao longo do tempo, nem de acordo com as diferentes perspectivas.
A imagem que então se nos apresenta é a imagem desenhada do corpo de uma mulher, sexo feminino exposto, uma adulta ainda jovem. Embora todo o corpo esteja representado na ilustração, o traço não é contínuo; isto é, é dado especial atenção e ênfase na representação de cada uma das partes que constitui o corpo e não no corpo como fluxo contínuo dessas mesmas partes. Aqui, o todo que é mais do que a soma das partes é diferente do todo que é formado pela soma das partes.
Este corpo nu, numa primeira visão apresentado como sendo o corpo de uma mulher neutra, inexistente, ou o corpo de Shelley, pode também representar o corpo de cada um de nós, o corpo do Homem. ( E aqui, mais uma vez, esta parte representa um outro todo, universal e abrangente.)
Ao movimentarmos o cursor do rato por cima dessa ilustração monocromática (talvez, ideia de simplicidade do corpo), apercebemo-nos de que cada uma das partes destacadas nos permite seguir uma hiperligação estabelecida através de novo clique. A concentração em cada uma das partes do corpo em detrimento do ‘esquecimento’ de todas as outras e do conjunto que todas elas formam- tal como na atenciosa concentração de exercício de yoga-, vai, assim, mais adiante, ao permitir que o leitor/ explorador se chegue mais à frente em cada uma das partes que lhe são mostradas.
A página seguinte, é sempre uma página que não fora estabelecida para ser apenas a seguinte. Se acedermos a “knees”, por exemplo, deparar-nos-emos sempre com a mesma página; porém, também a ela poderemos aceder através de hiperligações constantes noutra qualquer página correspondente a outra qualquer parte do corpo.
O texto constante em cada uma dessas páginas é um mais ou menos breve texto reflexivo acerca de cada uma das partes correspondentes- e surge acompanhado quase sempre por outra imagem da respectiva parte do corpo; remetendo para a ideia de que o corpo não é sempre igual, nem ao longo do tempo, nem de acordo com as diferentes perspectivas.
Não obstante o interesse literário e estético que o texto em si possa conter, o que nos interessa aqui afirmar, a meu ver, é a exímia representação que o texto de Shelley Jackson faz, não só do sistema de hipertexto- onde a tarefa do leitor é sobremaneira importante-, mas também, de forma inferida, do texto linear e dito convencional, onde a ideia de que a estrutura deste segue um esquema em árvore tem vindo a ser esbatida ao longo dos últimos tempos. Em sua parcial substituição tem surgido o modelo de ramificação em rede e/ou labiríntico. Modelos aos quais O Corpo de Shelley Jackson se estende.