(no mínimo) Um Século de Escrita Automática
As vanguardas modernistas do início do século XX viram nascer e crescer dois movimentos artísticos, para além dos demais, semelhantes nos seus princípios mais gerais: o Dadaísmo e o Surrealismo, durante as décadas de 1910 e ’20, respectivamente.
A proposta comum a ambos – e aquela que mais contribui para a nossa reflexão e discussão sobre o assunto – era libertar a arte das rédeas da lógica, da razão, do iminente controlo humano, e introduzir novas fórmulas e processos que permitissem desafiar, nomeadamente, as regras da escrita através de representações caóticas, aleatórias, abstractas, por vezes absurdas, assentes nos dados contidos no inconsciente (o que se identifica com a corrente surrealista, para a qual contribuíram as teorias psicanalíticas de Freud) ou, ainda, contidas em lugar nenhum (o que sugere a corrente dadaísta, em especial).
E é isso o que propõe a escrita automática, conferir um cariz mais banal à arte da criação, quase anti- racional, não o restringindo a figuras extraordinárias e geniais, mas a qualquer indivíduo, sem requerer qualquer espécie de aptidão ou entendimento em particular, o que pressupõe a tão discutida possibilidade de as máquinas serem igualmente capazes de o fazer.
O intuito elementar destes movimentos centra-se na intenção de superar as convenções e alcançar novas dimensões na escrita, dotando-a de novos significados, configurações e fórmulas, aproximando e contrastando elementos, atingindo áreas desconhecidas, inesperadas e até escandalosas formas de arte.
Assim, é inegável a importância das vanguardas para a proliferação de novas dimensões nas artes plásticas e na literatura, sobretudo, o que indica claramente que não podemos pensar nos computadores como os “eternos” mas recentes responsáveis pela automatização da escrita.
Este fenómeno, mais ou menos claro, mais ou menos aceitável, está, na verdade, fortemente presente e reconhecido há pelo menos um século - não menosprezando os pequenos focos individuais que poderão ter surgido anteriormente.
A proposta comum a ambos – e aquela que mais contribui para a nossa reflexão e discussão sobre o assunto – era libertar a arte das rédeas da lógica, da razão, do iminente controlo humano, e introduzir novas fórmulas e processos que permitissem desafiar, nomeadamente, as regras da escrita através de representações caóticas, aleatórias, abstractas, por vezes absurdas, assentes nos dados contidos no inconsciente (o que se identifica com a corrente surrealista, para a qual contribuíram as teorias psicanalíticas de Freud) ou, ainda, contidas em lugar nenhum (o que sugere a corrente dadaísta, em especial).
E é isso o que propõe a escrita automática, conferir um cariz mais banal à arte da criação, quase anti- racional, não o restringindo a figuras extraordinárias e geniais, mas a qualquer indivíduo, sem requerer qualquer espécie de aptidão ou entendimento em particular, o que pressupõe a tão discutida possibilidade de as máquinas serem igualmente capazes de o fazer.
O intuito elementar destes movimentos centra-se na intenção de superar as convenções e alcançar novas dimensões na escrita, dotando-a de novos significados, configurações e fórmulas, aproximando e contrastando elementos, atingindo áreas desconhecidas, inesperadas e até escandalosas formas de arte.
Assim, é inegável a importância das vanguardas para a proliferação de novas dimensões nas artes plásticas e na literatura, sobretudo, o que indica claramente que não podemos pensar nos computadores como os “eternos” mas recentes responsáveis pela automatização da escrita.
Este fenómeno, mais ou menos claro, mais ou menos aceitável, está, na verdade, fortemente presente e reconhecido há pelo menos um século - não menosprezando os pequenos focos individuais que poderão ter surgido anteriormente.