quarta-feira, maio 09, 2007

Inteligência Artificial

Desde a invenção do computador, na década de 40, que o homem se tem questionado sobre a possibilidade desta máquina desenvolver, aquilo a que chamamos, inteligência. Ninguém tem dúvidas que o computador é capaz de realizar tarefas que requerem inteligência por parte de um ser humano, como somar e subtrair números. Mas os computadores parecem ter dificuldades em realizar outras tarefas que os humanos concretizam sem problemas como aprender uma linguagem, comunicar, viajar na confusão de uma cidade ou ter sentimentos. Mas a dúvida persiste: serão realmente inteligentes as máquinas fantásticas que temos ao nosso dispor?
Inteligência é um conceito vago que pode facilmente iludir um não especialista. Mas não acho necessário, nem acredito que se possa obter, uma definição exacta. A inteligência é como a beleza, não sabemos explicar mas não temos dúvidas quando estamos perante alguém com esse atributos.
Um dos problemas de lidar com conceitos vagos, como inteligência, é a dificuldade de se chegar a um consenso, dado que cada cabeça tem a sua sentença.
Todas as máquinas modernas que fazem coisas fantásticas desde comunicar, guardar informação, prever, ou até serem capazes de nos sugerir um livro para comprar, não passam de meras ferramentas criadas para implementar algo totalmente projectado pela inteligência humana. A um nível abstracto pouco as distingue de uma chave ou um martelo, criados para desempenhar um propósito totalmente planeado e idealizado por nós.
Mas o cérebro humano não é também, em última análise, um gigantesca máquina de calcular que soma e subtrai impulsos nervosos que chegam a cada neurónio? A resposta é afirmativa. Então onde está a diferença? A diferença está na forma como processamos os dados.
Se quisermos construir uma máquina realmente inteligente é na vida real que ela deve ser posta à prova. Mas nesta arena os resultados dos computadores têm sido decepcionantes. Tarefas simples, até para uma formiga, como navegar num labirinto evitando obstáculos, permanecem um desafio para as máquinas mais sofisticadas que somos capazes de produzir. Limitam-se a processar cegamente milhões de bits por segundo ignorando se isso é parte de uma imagem, de uma equação ou de um poema de amor.
Não será possível construir máquinas que ultrapassem o estatuto de ferramentas e se tornem verdadeiramente inteligentes, capazes mesmo de nos surpreender? Acredito que a resposta é um sim claro. Mas terá de ser outro tipo de máquinas, desenhadas para trabalhar de uma forma totalmente distinta daquela que a estamos habituados. Serão capazes de aprender sem terem praticamente necessidade de um programador e, pela primeira vez, poderemos ter motivos para as recear.