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Quando damos a primeira olhadela ao poema "The Loch Ness Monster's Song", podemos pensar que alguma criançinha andou a brincar com o computador do seu irmão mais velho. Podemos até baralhar a hipótese de que alguém ficasse adormecido enquanto estava a trabalhar num importante artigo.
Chegamos a esta situação porque o escritor Edwin Morgan decidiu criar este poema num código que somos incapazes de decodificar: a língua do próprio Monstro do Lago Ness. Assim, se ficamos nessa primeira fase de observação não poderemos apreciar a obra do escocês.
Após da primeira toma de contacto com o poema, devemos fixar o nosso olhar no título do mesmo. Devemos relacionar a ideia que expressa o título com o conteúdo do texto. Devido a algumas normas de convenção, encontraremos pequenos detalhes que reconhecemos como os signos de puntuação ou a disposição das frases. Avançamos na nossa "investigação poética" e damos conta de que o que estamos a ler mentalmente é uma especie de dialogo.
Só faz falta mais um ingrediente para conseguir a interpretação geral deste poema. Este é a voz. Uma correcta interpretação e entonação ajuda-nos na tentativa de dar-lhe sentido à obra. Mesmo assim não conseguimos adivinhar o significado de cada palavra, de cada frase; mas podemos perceber que o monstro sai da água, que parece chateado, que gaguea um bocadinho... E o mais importante, podemos dizer se gostamos do poema que estamos a ouvir ou não.