terça-feira, março 13, 2007

Jim andrews - Enigma n

Esta animação poética de Jim Andrews revolve a partir da palavra "meaning", cuja tradução para português, significa significado, interpretação. Numa primeira visualização, o que notei mais foram as cores utilizadas na construção da animação.
Tal como nos outros poemas estudados, nesta composição, as cores parecem constituir um papel preponderante. O "background" negro sugere uma misteriosidade, algo desconhecido, apenas interrompido pela cor verdejante das letras que compôem a palavra "meaning".
Quando observei esta imagem inicial pela primeira vez, não pude deixar de lembrar-me do universo, de um sistema solar (as letras como corpos celestes).
Quando desencadeei a opção "prod" e as outras lembrei-me imediatamente do movimento de rotação da terra (e é curioso o facto da letra e (earth) a ocupar um lugar aparentemente central no movimento das letras).
É nesta fase que a palavra deixa de assumir um significado meramente literário (mas tenta assumir novas palavras com a criação de neologismos e anagramas), e assume um significado mais metáforico.
A palavra perde todo o sentido, mas nunca a sua solidez, nem a sua relação (cada letra orbita com outra e assim sucessivamente), o que sugere uma certa harmonia, assim como se passa com os elementos que compôem o nosso universo e a nossa terra.
A escolha da palavra "meaning" poderá significar a nossa obsessão em tentar modelar conceitos concretos a tudo o que nos é desconhecido e sobrenatural.
Já o éramos assim nos primórdios da civilização humana (basta analisar as teorias greco-romanas em relação às leis universais). Era um apanágio na altura e sê-lo-á até ao fim da nossa existência.
O excessivo racionalismo levou à criação de vários grupos subversivos que preferiam privilegiar as emoções e a espontaneidade na escrita (não apenas na literatura, mas também na arte plástica, música, cinema, enfim em todos os campos culturais) e talvez seja essa a mensagem primacial de Jim Andrews.
As palavras não têm que assumir apenas um carácter literário nem textual. É possível, (e agora mais que nunca) com as novas tecnologias atribuir outros sentidos (não apenas o literário) através de sons, cores, formas.