Uma narrativa em Azul
Em Twelve Blue, de Michael Joyce, estamos perante uma obra de literatura ergódica. A partir de uma estrutura semi-determinada pelas hiperligações disponíveis, o leitor escolhe o seu percurso de leitura. Cada capítulo (composto por algumas lexias) inclui um pequeno fragmento da narrativa. A premissa inicial é a de um conto em oito barras, as mesmas em que vamos clicando de modo a aceder ao fragmento narrativo seguinte.
Dentro do texto, o narrador desta história fala-nos de vários personagens cujas vidas se entrelaçam e que se influenciam mutuamente, numa narrativa de tom triste (blue, para utilizar a expressão de língua inglesa) mas que poderia ser real. Por vezes enquadra momentos que podem ser considerados reflexivos e uma ou outra imagem por entre os capítulos. No entanto, o que permanece gravado na memória é sempre o azul que emoldura fundo de página e que confere o tom à história.