terça-feira, dezembro 30, 2008

O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam

O conto jardim de caminhos que se bifurcam de Jorge Luis Borges, é o título do livro labirinto de Ts'ui Pên. Neste livro o autor conta a história de um asiático em plena guerra, que precisa de informar algo. Não se sabe de que lado ele está. Cada passo, cada acção é calculada, para que não haja erro. Em um guia, encontra a resposta. De comboio, chega até a casa.
Perante a focalização deste conto descobre-se que o protagonista descende de uma linhagem real e sagrada da Ásia, especialmente de um integrante, que foi o autor de uma novela caótica perante a qual o autor sugere a imagem da bifurcação no tempo, e não no espaço".Em todas as ficções, cada vez que um homem se defronta com diversas alternativas, opta para uma e elimina as outras; mas Ts'ui Pen, opta simultaneamente para todas. Cria, assim, diversos futuros, diversos tempos, que também proliferam e se bifurcam.
Fang, digamos, tem um segredo, um desconhecido chama à sua porta; Fang decide matá-lo. Naturalmente, há vários desenlaces possíveis: Fang pode matar o intruso, o intruso pode matar
Fang, ambos podem salvar-se, ambos podem morrer, etc. Na obra de Ts'ui Pen, todos os desfechos ocorrem; cada um é o ponto de partida de outras bifurcações.
Infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelos.
Essa eloquência de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades.