O pedido de ajuda de Augusto de Campos
sos não é apenas um poema electrónico de Augusto de Campos. É um apelo, em nome de todos nós. Sobre um fundo negro (como "a noite que anoitece") aparecem letras amarelas ao som de um ruído que rapidamente associamos aos filmes de ficção científica passados no espaço. As letras agrupam-se formando um círculo que vai rodando e constituindo frases lidas por uma voz séria, lembrando um robot.
Frases como "Que faremos após", "sem sol sem mãe sem pai", "vagaremos sem voz" giram à volta de um núcleo que, no final do poema, culmina com um "vagaroso SOS". Tudo neste poema aponta para a solidão da sociedade contemporânea, cada vez mais só, cada vez precisando de mais ajuda, mas sem voz que a possa pedir. Augusto de Campos representa a Humanidade como um grupo de crianças "sem mãe, sem pai" que se sentem sozinhas numa noite escura, sem terem como pedir ajuda.
Por mais que se pudesse escrever sobre a solidão que presenciamos todos os dias e que é um flagelo que nos persegue, Augusto de Campos consegue em sos dizer tudo o que há para ser dito...