quarta-feira, abril 11, 2007

SOS – O fim do mundo como o conhecemos

Tudo o que começa tem um fim, já lá dizia um pensador chinês da antiguidade (não me perguntem qual, porque chineses há muitos, e por estranho que pareça todos eles são propensos a pensar em coisas profundas). Com o mundo não será diferente. Como começou, um dia terá que acabar. Agora a grande incógnita reside em saber como isso vai acontecer.

Teóricos falam de um meteorito, ambientalistas prevêem alterações climatéricas mortais, vários romancistas criaram estórias de seres de outros planetas que não vêem a nossa existência com bons olhos, religiosos falam de quatro cavaleiros e de rios que sangram (chamem-me descrente mas esta teoria parece ter tanta validade como uma tangerina triangular), e alguns físicos falam da morte da nossa querida estrela: o sol.

É exactamente essa teoria que é explorada por Augusto de Campos no poema SOS. Começando por nos apresentar um cenário a lembrar o espaço exterior (pequeno pontos cintilantes brilham num fundo negro, formando palavras que orbitam de forma verdadeiramente hipnótica), o autor fala de uma noite eterna, uma noite que anoitece, sob a qual caminharemos para um fim inevitável.

O som de fundo, misturado com o registo monocórdico do narrador, criam um ambiente de profunda perturbação… de pânico… de inevitabilidade. Uma criação que apela para um súbito momento de reflexão sobre a sempre caótica resolução final.

Que faremos quando esse momento chegar?

Eu… sinceramente… espero já cá não estar…