A Automatização da Escrita
Ao longo dos últimos séculos, a história da escrita tem conhecido avanços tecnológicos determinantes.
Já reconhecemos os progressos ao nível dos suportes materiais, da acessibilidade da informação a todas as camadas sociais, do crescente número de utilizadores e de saberes divulgados... mas uma questão fica por resolver.
Se o Homem cria, gradualmente, inventos fabulosos, máquinas capazes de elaborar tarefas humanas e, também, sobre-humanas, atingindo uma quase perfeita capacidade de reproduzir as funções para que foram desenhadas, será então possível a criação ultrapassar o criador?
A questão Homem vs Máquina tem ocupado muitas discussões e o imaginário de muitos autores.
Muitos defendem que as “máquinas” são apenas construções físicas, insensíveis, estéreis, incapazes de produzir obras com sensibilidade, criatividade e autonomia; portanto, com vida. Outros, afirmam que o próprio Homem já é, por si só, uma máquina produtora e que a Ciência, mais cedo ou mais tarde, descobrirá formas de conseguir reproduzir características únicas, nomeadamente ao nível da escrita e da produção artística.
Isto poderá acontecer através do reconhecimento das regras que, implícita ou explicitamente, estão inerentes à existência e ao ser humano, também regido por leis, regras de produção e combinações de linguagem.
Mas esta reprodução das obras humanas apenas se mostra uma solução viável quando as regras são susceptíveis e perceptíveis, quando os autores se tornam, antes do mais, máquinas massificadas, que desenvolvem o seu repertório de forma relativamente sistemática e objectiva.
É erro comum considerar a escrita como a simples expressão dos sentimentos. Para além disso, ela engloba a difusão de conhecimentos de natureza informativa, técnica e científica, nomeadamente, nas quais reina a impessoalidade: o autor distancia-se do que escreve.
Deste modo, parece ser uma realidade perfeitamente praticável. A escrita pode ser automatizada a diversos níveis, mas que não poderão superar o engenho e a arte, das quais o Homem é o grande responsável, por excelência.
O fundamental é desvendar uma forma de as combinar pacificamente, tornando-as uma mais- valia para o progresso, evitando choques e confrontos.
O ideal seria libertar o espaço da produção artística, literária, filosófica, cultural e social para o ser humano, e reservar um espaço relativo à fabricação material, objectiva e em massa para essa entidade artificial que é, obviamente, também ela resultado da intervenção humana. Na verdade, não é justo serem dissociados ou serem considerados eternos e incompatíveis inimigos.
Mas evitar que cada um permaneça no seu lugar é, em si, uma concepção questionável e ambígua e, além do mais, o Homem é, por natureza, um ser insatisfeito e curioso, que continuará com as suas descobertas científicas e aproximando a cada vez mais ténue distância entre criação e criador.
Já reconhecemos os progressos ao nível dos suportes materiais, da acessibilidade da informação a todas as camadas sociais, do crescente número de utilizadores e de saberes divulgados... mas uma questão fica por resolver.
Se o Homem cria, gradualmente, inventos fabulosos, máquinas capazes de elaborar tarefas humanas e, também, sobre-humanas, atingindo uma quase perfeita capacidade de reproduzir as funções para que foram desenhadas, será então possível a criação ultrapassar o criador?
A questão Homem vs Máquina tem ocupado muitas discussões e o imaginário de muitos autores.
Muitos defendem que as “máquinas” são apenas construções físicas, insensíveis, estéreis, incapazes de produzir obras com sensibilidade, criatividade e autonomia; portanto, com vida. Outros, afirmam que o próprio Homem já é, por si só, uma máquina produtora e que a Ciência, mais cedo ou mais tarde, descobrirá formas de conseguir reproduzir características únicas, nomeadamente ao nível da escrita e da produção artística.
Isto poderá acontecer através do reconhecimento das regras que, implícita ou explicitamente, estão inerentes à existência e ao ser humano, também regido por leis, regras de produção e combinações de linguagem.
Mas esta reprodução das obras humanas apenas se mostra uma solução viável quando as regras são susceptíveis e perceptíveis, quando os autores se tornam, antes do mais, máquinas massificadas, que desenvolvem o seu repertório de forma relativamente sistemática e objectiva.
É erro comum considerar a escrita como a simples expressão dos sentimentos. Para além disso, ela engloba a difusão de conhecimentos de natureza informativa, técnica e científica, nomeadamente, nas quais reina a impessoalidade: o autor distancia-se do que escreve.
Deste modo, parece ser uma realidade perfeitamente praticável. A escrita pode ser automatizada a diversos níveis, mas que não poderão superar o engenho e a arte, das quais o Homem é o grande responsável, por excelência.
O fundamental é desvendar uma forma de as combinar pacificamente, tornando-as uma mais- valia para o progresso, evitando choques e confrontos.
O ideal seria libertar o espaço da produção artística, literária, filosófica, cultural e social para o ser humano, e reservar um espaço relativo à fabricação material, objectiva e em massa para essa entidade artificial que é, obviamente, também ela resultado da intervenção humana. Na verdade, não é justo serem dissociados ou serem considerados eternos e incompatíveis inimigos.
Mas evitar que cada um permaneça no seu lugar é, em si, uma concepção questionável e ambígua e, além do mais, o Homem é, por natureza, um ser insatisfeito e curioso, que continuará com as suas descobertas científicas e aproximando a cada vez mais ténue distância entre criação e criador.
Cabe às gerações futuras ajudar a desvendar este mistério...