segunda-feira, abril 02, 2007

"Sem Saída"

Sem Saída de Augusto de Campos é uma reflexão simultaneamente sobre a Vida, o Tempo, a Criação Artística e a própria Literatura Digital.
Sobre a Vida no sentido de too many ways to a dead end pois independentemente de a vida continuar após a morte ou não, esta existe pelo menos fisicamente e é algo do qual não podemos fugir. Para além de que, na continuação do post anterior, por mais diversos que sejam os caminhos que tomemos, estes serão sempre na mesma linha individual e seremos sempre nós. É nesta medida de impossibilidade material de realidades paralelas que reflecte também sobre o Tempo.
Sobre a criação artística enquanto descoberta e invenção, uma vez que não podemos voltar atrás quando criamos algo, podemos oprimi-lo ou anulá-lo mas nunca impedi-lo de existir. Da mesma forma, podemos desenvolver ou continuar, mas não re-inventar, no sentido literal da palavra, algo que outrém tenha trazido ao mundo.
No campo da Literatura Digital, o papel mediador que o computador tem entre o leitor e o poema é fulcral e imediato, já que este existe apenas perante a acção física do primeiro sobre o segundo, salientando a interactividade característica. É visivel também na distribuição e forma como são utilizadas as frases, tanto pela cor (analogia ao arco-íris), fonte (lembra o mecânico) e disposição do ecrã (aleatória de umas perante as outras), típicas do meio digital.