sexta-feira, abril 27, 2007

Máquinas VS Sentimentos

Nós, enquanto Seres Humanos, somos seres pensantes e com sentimentos, e podemos exprimir os nossos sentimentos das mais variadas formas, seja através da pintura, da música, da linguagem ou da escrita.

Se estes mecanismos existem para exprimirmos algo, será então possível criar qualquer um deles sem nenhum sentimento neles presente? Será o Ser Humano capaz de se distanciar de algo que nos está tão intrínseco como os sentimentos?

Fernando Pessoa, em Autopsicografia, sugere que o poeta é um fingidor, levando-nos a pôr em causa toda a leitura que um dia nos estimulou sentimentos positivos. Para mim não faz sentido a ideia de escrita sem sentimentos, pois eu acho que em tudo o que fazemos estão presentes sentimentos, desde um duche quente pela manhã à chuva fria que nos apanha desprevenidos num dia de Inverno.

A evolução tecnológica trouxe técnicas que tornam possível a um computador, elaborar textos, como se fosse uma pessoa, mas serão estes textos capazes de despoletar algum sentimento em nós? Serão eles capazes de nos transmitir algo?

A escrita tem a capacidade de provocar reacções positivas ou negativas nos leitores, quer seja por aquilo que transmite, pela forma como está construída ou até mesmo pela pessoa que a realizou. Serão então estas máquinas capazes de ocupar o lugar do Homem no mundo da escrita? Máquinas que no fundo não passam disso mesmo, meros objectos ligados à corrente eléctrica e programados por alguém para desempenhar essas funções.

Será possível conceber um mundo onde as máquinas tiram lugar ao Homem em tudo? Até em algo tão pessoal e sentimental (para muitos um refúgio) como a escrita?

Para mim, esta é uma ideia inconcebível, pois quer seja através de uma caneta ou de um teclado de um computador, o acto de escrita para realmente significar algo, deve ter sempre a mão Humana.