Era uma vez um gato que vivia numa caixa… Mas não era uma caixa qualquer. Era uma caixa mágica. No seu interior encontrava-se um frasco com um pó mágico* que podia ou não matar o gato. Só quando alguém abrisse a caixa é que se podia ver se o gato estava morto ou vivo… Quereria isto dizer que enquanto ninguém abrisse a caixa o gato estaria morto e vivo ao mesmo tempo?
Este é o paradoxo de Schrödinger, um dos criadores da mecânica quântica, e um dos principais impulsionares da teoria dos universos paralelos.
O conto de Jorge Luís Borges assenta nessa teoria. Não existe um presente senão múltiplos presentes, consequência das várias opções que alguma vez tomámos na nossa vida. Quando nos encontramos com uma decisão, são criados paralelamente tantos presentes como o número de opções com que nos deparamos. Se multiplicar-mos a isso o número de vezes nas quais nos vê-mos obrigados a tomar decisões, obtemos um número infinito, não só de presentes, mas também de passados e futuros… Temos portanto um sistema infinito de infinitas variáveis… e isso é o tempo. Um labirinto. Um jardim onde os caminhos se bifurcam.
Eu neste momento - mas noutro universo temporal - não me encontro aqui a escrever este texto. Eu na realidade não escolhi esta cadeira. Não conheço este blog. Não estou neste curso. Aliás, eu nem sequer nasci porque os meus pais nunca se chegaram a conhecer.
Confusos? Não estejam… na realidade uma parte de vocês nunca chegou a ler este texto.
* Na verdade é bem mais que pó mágico o que se encontra dentro da caixa. Mas não vos quero maçar com todo o palavreado técnico. Deixo isso para os físicos e estudiosos que ganham a vida com isso e que realmente sabem do que estão a falar (ou pelo menos tem a obrigação)