O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam…
Este conto, da autoria de Jorge Luís Borges, alerta o leitor para a multiplicidade do sentido, isto é para as inúmeras bifurcações que este pode ter. É também um conto labiríntico uma vez que existe um grande número de bifurcações entre tempo e espaço. A trama em si desenvolve-se num clima de grande instabilidade; estamos no meio de uma guerra em que há alguém que possui uma informação bastante importante, que condicionará o desfecho desta guerra, e que foge de Richard Madden, o capitão. Com toda esta agitação as personagens começam a pensar em várias possibilidades que o seu destino pode tomar. Estas possibilidades não são mais que o resultado da escolha de determinadas bifurcações do “labirinto” e condicionam todo o desfecho, pois uma escolha pode revelar-se crucial e criar assim vários desfechos.
Assim, podemos concluir que as selecções de caminhos que vamos fazendo ao longo da nossa vida têm implicância no nosso futuro, se é que ele existe. Este labirinto, que é a vida, é o resultado de todas as opções que vamos tomando, dos caminhos que seguimos, e quando esta vida termina a única lembrança, o único rasto dela é deixado pra os nossos descendentes, ou para alguns deles e “não a todos”, tal como o disse Ts’ui Pen.