domingo, novembro 30, 2008

A corda (string) da linguagem

Em Strings deparamos com uma discussão entre um casal, algo de bastante prosaico. Há a primeira troca de ideias, por vezes bastante violenta e extremada, em que se digladiam pontos de vista diferentes (argument). Segue-se uma fase menos conflituosa (argument2), em que se põe em cima da mesa um possível ponto de acordo, contudo nenhuma das partes quer ceder. É cedo para isso, mas a presença de um maybe deixa em aberto uma reconciliação...

As lexias seguintes [flirt e flirt (cntd)] representam isso mesmo. Os argumentos que a princípio se contrariavam e entravam em colisão, depressa se fundem numa mesma razão, o amor. O par parece que se esquece dos motivos que conduziram à discussão e entra no campo da brincadeira e do companheirismo (haha). É nesta fase que se fazem as juras de amor e se apela à união do casal, como forma de combater as divergências próprias de uma vida a dois (youandme).

Your arms (around) me, é a frase que marca a lexia seguinte desta obra hipermédia. É fácil visualizar o casal, após a discussão e a reconciliação, abraçado, sem pensar em mais nada e contente por ter ultrapassado a crise. Dan Waber conclui a sua obra com o seguinte epíteto: words are like strings that pull out of my mouth. Pretende-se mostrar como tudo aquilo que dizemos está interligado com o que acabámos de dizer, isto é, há como que uma corda invisível que liga todas as nossas palavras e frases. Aliás, essa ideia está presente em Strings na forma como as palavras aparecem escritas com a mesma linha, ou corda. A linguagem funciona como um todo, unido e racional, e esta sua continuidade é essencial para a sua compreensão.