coraçãocabeça de Augusto Campos
À primeira vista deparamo-nos com um emaranhado de sílabas e palavras desconexas.
Num pulsar, a percepção altera-se e, aos poucos, começamos a decifrar o código. De repente, as palavras formam-se na nossa mente e as frases ganham sentido.
O conflito entre razão (cabeça) e sentimento (coração) está latente em todo o poema. No entanto, há indícios que sugerem um vencedor neste feudo.
Sem atentar nas palavras, o próprio pulsar/ latejar do poema, com a cor vermelha como fundo, remete para o batimento cardíaco, para o fluxo sanguíneo e, em sentido figurado, para o órgão vital associado à emoção.
Por outro lado, as palavras do poema parecem indicar que a razão depende do sentimento, que há uma ligação ou uma complementaridade entre os dois aspectos aparentemente distintos, mas com o coração/ sentimento numa posição dominante (o próprio título coloca o coração em destaque, mas unindo-lhe a palavra cabeça).
A expressão “Minha cabeça começa em meu coração” também poderá estar relacionada com o mecanismo fisiológico da circulação – que, através de um batimento, permite que o sangue arterial flua desde o coração para todo o corpo incluindo, logicamente, a cabeça. Remete-nos figurativamente para a influência do sentimento na razão.
“Meu coração não cabe em minha cabeça” pode ser interpretado como a impossibilidade de pensar racionalmente acerca de uma emoção e para o quão avassalador é sentir, em comparação com o acto de pensar.
Tal como noutros poemas concretos, as palavras em coraçãocabeça ganham uma força e uma identidade únicas, devido ao modo como são dispostas. Inicialmente, aparentam existir no poema apenas duas palavras estranhas. A confusão de letras exige, por parte do leitor, uma desconstrução da leitura e uma reconstrução adaptada ao código da obra.
Tendo em conta o facto de o código ser diferente em cada poema concreto (mas considerando que todos os elementos do poema têm um simbolismo específico, não sendo colocados aleatoriamente por uma questão meramente estética) a experiência do leitor torna-se muito mais dinâmica do que na poesia tradicional.
Num pulsar, a percepção altera-se e, aos poucos, começamos a decifrar o código. De repente, as palavras formam-se na nossa mente e as frases ganham sentido.
O conflito entre razão (cabeça) e sentimento (coração) está latente em todo o poema. No entanto, há indícios que sugerem um vencedor neste feudo.
Sem atentar nas palavras, o próprio pulsar/ latejar do poema, com a cor vermelha como fundo, remete para o batimento cardíaco, para o fluxo sanguíneo e, em sentido figurado, para o órgão vital associado à emoção.
Por outro lado, as palavras do poema parecem indicar que a razão depende do sentimento, que há uma ligação ou uma complementaridade entre os dois aspectos aparentemente distintos, mas com o coração/ sentimento numa posição dominante (o próprio título coloca o coração em destaque, mas unindo-lhe a palavra cabeça).
A expressão “Minha cabeça começa em meu coração” também poderá estar relacionada com o mecanismo fisiológico da circulação – que, através de um batimento, permite que o sangue arterial flua desde o coração para todo o corpo incluindo, logicamente, a cabeça. Remete-nos figurativamente para a influência do sentimento na razão.
“Meu coração não cabe em minha cabeça” pode ser interpretado como a impossibilidade de pensar racionalmente acerca de uma emoção e para o quão avassalador é sentir, em comparação com o acto de pensar.
Tal como noutros poemas concretos, as palavras em coraçãocabeça ganham uma força e uma identidade únicas, devido ao modo como são dispostas. Inicialmente, aparentam existir no poema apenas duas palavras estranhas. A confusão de letras exige, por parte do leitor, uma desconstrução da leitura e uma reconstrução adaptada ao código da obra.
Tendo em conta o facto de o código ser diferente em cada poema concreto (mas considerando que todos os elementos do poema têm um simbolismo específico, não sendo colocados aleatoriamente por uma questão meramente estética) a experiência do leitor torna-se muito mais dinâmica do que na poesia tradicional.