sexta-feira, março 03, 2006

bp Nichol, pome poem

Ao escutarmos a mensagem que Nichol nos transmite, apercebemo-nos de que ela é bastante clara, isto é, resumindo muito sinteticamente, o poema é (está em) todo o nosso corpo, é nele que se materializa. Sendo assim o poema precisa de um corpo que o crie e que o profira para que ele se torne concreto, mas será assim tão pacífico? Será que o poema não poderá ser desligado do corpo? Não poderá ser ele independente e subsistir fora de um corpo como que inscrito ou registado em algum documento? Ou ainda por outras palavras: será ele o eterno dependente do corpo? Esta reflexão torna-se ainda mais delicada se tivermos em conta de que o poema ele mesmo é singular, o que significa que várias pessoas poderão ler esse mesmo registo mas nunca com a intensidade de quem o criou; a sincronia nunca será absoluta e idêntica por muito que se possa pensar na proximidade da mesma.