Amor [de Clarice]
O texto de Clarice começa por mostrar-nos Ana na sua vida quotidiana, vulgar como qualquer outra. Mas tudo se desmorona com a aparição de um cego. A piedade que Ana sente pelo incapacitado fá-la ponderar sobre o seu mundo. Em que mundo é que ela vive? Será realmente feliz nele? E esta vontade que ela sente em sair do seu mundo, que é comparado ao Jardim Botânico, e entrar no mundo escuro da cegueira, da fome...? O mundo em que ela vive fá-la feliz, mas enojo-a.
O texto de Rui Torres representa muito bem esta nova visão do mundo que o cego revelou a Ana. Esta obra intermédia, hibrida, ajuda-nos a perceber a confusão de Ana entre os dois mundos que ela tanto receia como deseja.