Spas(m) Text by Jim Andrews
Ora, o que (nos) acontece quando estamos perante este texto digital de Jim Andrews…Nas primeiras impressões podemos ficar um pouco baralhados e até mesmo não entender o que realmente se passa ali naquele amontoado de palavras que se movem com a interacção do leitor no texto. A pergunta poderá ser gritada de imediato: “qual o sentido deste texto?” Bem, decerto que ninguém olha para um texto como este e fica no “grau zero”, dado que todos (regra geral) temos o código da escrita em nós e muitos terão sem dúvida o código da língua: o que nos vai permitir avançar para um grau não zero, ou seja, uma não total imobilidade perante tal obra; ou mesmo se quisermos dizer: há sempre qualquer coisa que fica em nós, por muito que seja difícil de interpretar, nem que seja o pensamento de que essa mesma obra foi realmente muito difícil de traduzir. Portanto, estes dois aspectos são muito importantes: o conhecimento prévio da língua e o da escrita. Tendo estes dois aspectos presentes, falta só o aspecto hermenêutico que (e)levará a luz ao nosso pensamento.
Como poderá um texto (como este) fazer sentido para o leitor? Ora, teremos que ter em conta que qualquer texto, obra, música, um pássaro a voar, só tem sentido com uma consciência por detrás. Exemplo: um sino que toca no meio do deserto sem que ninguém o ouça (tirando aqui a possibilidade que estamos a pôr quando dizemos que ele está lá a tocar). Será que esse som tem sentido ou significado? Não poderá ter porque não houve ninguém que o ouvisse para dizer que ele lá esteve. Um físico poderia dizer que esse som lá estaria independentemente de alguém o ouvir ou não, mas em termos de uma concepção temporal filosófica, qualquer som ou evento só poderá ter sentido ou mesmo existir quando uma consciência está lá. Um outro exemplo poderá ser dado para um melhor compreensão: imaginemos que toda a raça humana desaparecia! Será que o vento continuaria a soprar? Mais uma vez, um físico esfregava as mãos de contente e dizia que sim, mas ao nível da consciência não haveria mais vento porque não haveria nenhuma consciência que o sentisse; o “eu” subjectivo não estaria lá para sentir, logo para esse “eu” não haveria qualquer fenómeno.
(Fechando este parêntesis) Com essa consciência por detrás e com a apropriação do texto pelo leitor será que autor e leitor se encontram? Não. Não porque o processo de leitura e a participação do leitor é diferente do autor, não há encontro. O leitor ao ler este texto está a experimentar um sem número de re-combinações que o autor não as fez, elas são geradas automaticamente e sem qualquer controlo prévio. Neste exemplo, tudo acontece de forma automática com o tempo e com o movimento do cursor; o leitor apenas pode “parar o tempo”, mas mesmo assim não pode prever o que vai acontecer. Sendo assim, o que aconteceu neste texto que rompeu com a estrutura clássica de um texto? Com este exemplo, como podemos definir um texto?
Simplesmente o texto não está completo/acabado, dada a sua estrutura (poderíamos denominar de uma "estrutura por camadas”) que permite inúmeras re-combinações em que o leitor vai criando actualizações potenciais. Com esta “estrutura de camadas” de textos sobrepostos estamos perante uma obra semi-determinada.
Como poderá um texto (como este) fazer sentido para o leitor? Ora, teremos que ter em conta que qualquer texto, obra, música, um pássaro a voar, só tem sentido com uma consciência por detrás. Exemplo: um sino que toca no meio do deserto sem que ninguém o ouça (tirando aqui a possibilidade que estamos a pôr quando dizemos que ele está lá a tocar). Será que esse som tem sentido ou significado? Não poderá ter porque não houve ninguém que o ouvisse para dizer que ele lá esteve. Um físico poderia dizer que esse som lá estaria independentemente de alguém o ouvir ou não, mas em termos de uma concepção temporal filosófica, qualquer som ou evento só poderá ter sentido ou mesmo existir quando uma consciência está lá. Um outro exemplo poderá ser dado para um melhor compreensão: imaginemos que toda a raça humana desaparecia! Será que o vento continuaria a soprar? Mais uma vez, um físico esfregava as mãos de contente e dizia que sim, mas ao nível da consciência não haveria mais vento porque não haveria nenhuma consciência que o sentisse; o “eu” subjectivo não estaria lá para sentir, logo para esse “eu” não haveria qualquer fenómeno.
(Fechando este parêntesis) Com essa consciência por detrás e com a apropriação do texto pelo leitor será que autor e leitor se encontram? Não. Não porque o processo de leitura e a participação do leitor é diferente do autor, não há encontro. O leitor ao ler este texto está a experimentar um sem número de re-combinações que o autor não as fez, elas são geradas automaticamente e sem qualquer controlo prévio. Neste exemplo, tudo acontece de forma automática com o tempo e com o movimento do cursor; o leitor apenas pode “parar o tempo”, mas mesmo assim não pode prever o que vai acontecer. Sendo assim, o que aconteceu neste texto que rompeu com a estrutura clássica de um texto? Com este exemplo, como podemos definir um texto?
Simplesmente o texto não está completo/acabado, dada a sua estrutura (poderíamos denominar de uma "estrutura por camadas”) que permite inúmeras re-combinações em que o leitor vai criando actualizações potenciais. Com esta “estrutura de camadas” de textos sobrepostos estamos perante uma obra semi-determinada.