(M)eine wunder(bare) Kammer
Tentemos aqui uma análise ao texto de Shelley Jackson. Ao entrarmos neste “mundo” somos encarados com um sem número de caminhos, os quais podem ser escolhidos contingentemente mas ao mesmo tempo com uma pré-determinação imbuída (não esquecendo que essa pré-determinação é apenas ao nível do algoritmo e das combinações já pré-estabelecidas que permitem erguer toda a estrutura do hipertexto). É essa uma das características do hipertexto: “non-sequential writing”.
Ora, não havendo sequência de leitura, como é que o leitor deverá ler uma obra destas? Decerto que não será da mesma forma como um leitor relaxado no seu sofá lê o último livro que faz furor em todas as imprensas. O que é desigual? Num livro impresso, a leitura apresenta-nos o contorno tradicional de começar na primeira página e acabar na última, isto é, não há uma caminho a fazer pelo leitor ao nível da escolha, não há multiplicação de hierarquias, não há associação. Por outro lado, no hipertexto temos todas essas características, e mais: dois leitores ao lerem uma obra dessas nunca conseguirão efectuar o mesmo circuito tal como se o fizessem num livro impresso.
Tudo isso é devido à hiperligação que permite ao leitor entrar no labirinto do texto e escolher (um processo deveras mais estimulante) o seu próprio caminho que não está determinado; o leitor entra no mundo do texto desmembrado e tenta agregar todos os membros que estão soltos, cabendo-lhe essa tarefa de unificar para que a compreensão seja atingida num processo de auto-descoberta.
A hiperligação não é só usada neste âmbito, ela está presente no nosso dia-a-dia, basta prestar atenção a uma conversa entre indivíduos e vermos o disparo da conversa para outras direcções que não aquelas tomadas inicialmente (o que, aliás, era um bom exercício de fazer: manter uma conversa unicamente sobre o mesmo tema sem qualquer tipo de desvios…) Neste texto, talvez esteja impregnada essa mesma característica, a hiperligação ao nível da vivência/consciência, visto que os retalhos do texto são episódios da autora.
E fazendo agora aqui uma hiperligação: será que um texto como este pode ser construído em livro impresso? Com um pouco de esforço e com as hiperligações anotadas nas páginas será então possível. E o oposto? Ou seja, um livro impresso com uma narrativa sequencial remediado para uma obra de carácter hiperficcional?
Ora, não havendo sequência de leitura, como é que o leitor deverá ler uma obra destas? Decerto que não será da mesma forma como um leitor relaxado no seu sofá lê o último livro que faz furor em todas as imprensas. O que é desigual? Num livro impresso, a leitura apresenta-nos o contorno tradicional de começar na primeira página e acabar na última, isto é, não há uma caminho a fazer pelo leitor ao nível da escolha, não há multiplicação de hierarquias, não há associação. Por outro lado, no hipertexto temos todas essas características, e mais: dois leitores ao lerem uma obra dessas nunca conseguirão efectuar o mesmo circuito tal como se o fizessem num livro impresso.
Tudo isso é devido à hiperligação que permite ao leitor entrar no labirinto do texto e escolher (um processo deveras mais estimulante) o seu próprio caminho que não está determinado; o leitor entra no mundo do texto desmembrado e tenta agregar todos os membros que estão soltos, cabendo-lhe essa tarefa de unificar para que a compreensão seja atingida num processo de auto-descoberta.
A hiperligação não é só usada neste âmbito, ela está presente no nosso dia-a-dia, basta prestar atenção a uma conversa entre indivíduos e vermos o disparo da conversa para outras direcções que não aquelas tomadas inicialmente (o que, aliás, era um bom exercício de fazer: manter uma conversa unicamente sobre o mesmo tema sem qualquer tipo de desvios…) Neste texto, talvez esteja impregnada essa mesma característica, a hiperligação ao nível da vivência/consciência, visto que os retalhos do texto são episódios da autora.
E fazendo agora aqui uma hiperligação: será que um texto como este pode ser construído em livro impresso? Com um pouco de esforço e com as hiperligações anotadas nas páginas será então possível. E o oposto? Ou seja, um livro impresso com uma narrativa sequencial remediado para uma obra de carácter hiperficcional?