segunda-feira, junho 05, 2006

PSIU!


Há pouco a minha irmã perguntou-me, depois de ver no fundo do meu computador o poema concreto Psiu! de Augusto de Campos, "então mas... se isso é um poema, por onde é que se começa a ler?".
Interessante, pensei. Um poema comum não lhe teria despertado qualquer interesse e muito menos a teria feito questionar-se, e questionar-me a mim, sobre o seu funcionamento.
Contudo se, se não o tivesse visto no meu computador, dificilmente teria contacto com ele.
Fiquei a pensar nisso... Por que é que a arte (de que este poema é exemplo), em vez de continuar a esperar que a vão descobrir, não se começa a revelar ela própria?
Por que é que não é feito um investimento nesse sentido? Afinal ela pertence-nos e é para nós que existe. A nós, a todos.
Só se ganhava em dá-la a conhecer "nas ruas", onde as pessoas estão; não se tratava, de todo, de a vulgarizar, como me parece que haja receio.
Isto é só, claro, a minha opinião...