quinta-feira, março 15, 2007

SOS, Augusto de Campos

Este poema começa por sugerir ao leitor o universo. As letras amarelas que vão surgindo num fundo negro sugerem o aparecimento das estrelas, e os movimentos que vão criando sugerem o movimento dos planetas. Também o som nos remete para um ambiente espacial, como se estivéssemos no interior de uma nave. À medida que o poema se vai construindo a ideia de universalidade cresce também através da escrita da palavra "eu" em várias línguas. Na minha opinião este poema retracta um pedido de ajuda de um individuo que se sente só no universo ao aperceber-se da efemeridade da vida e de como somos tão pequenos neste tão grande universo. Um individuo pode estar rodeado de pessoas, mas se nos faltar o nosso pequeno mundo tudo à nossa volta vai parecer gigantesco e vamo-nos sentir sozinhos. No final do poema tudo culmina na palavra SOS, que pode ser um pedido de ajuda directo, mas acrescentando um acento se transforma na palavra SÓS. Tendo em conta todos os poemas que analisámos de Augusto de Campos, mais uma vez verificamos que ele joga com o som e a imagem de modo a passar ainda melhor a mensagem por detrás do poema.