tag:blogger.com,1999:blog-226012392024-03-19T22:11:53.509+00:00DigLitMediaLiteratura e Média na Era DigitalManuel Portelahttp://www.blogger.com/profile/03815438473613231241noreply@blogger.comBlogger416125tag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-87337762483260977272009-01-20T09:27:00.000+00:002009-01-20T09:28:35.742+00:00Apresentação oral dos projectos digitais<p><strong></strong>Local: Sala de Seminários do Instituto de Estudos Ingleses (6º piso)<br />Data: 23 de Janeiro de 2009, sexta-feira, entre as 14h00 e as 18h00 </p><p>Andrea Daniela da Silva Vale, 14h00<br />Camilo Clemente Soldado, 14h20<br />Carolina José Abreu de Freitas, 14h40<br />Cristiana Raquel Almeida Domingues, 15h00<br />Diogo Agante da Silva, 15h20<br />Emílio José Lopes Fuentes, 15h40<br />Fábio André Valente dos Santos, 16h00<br />João André de Almeida Ruela Ribeiro, 16h20<br />João Pedro Pinto Gaspar, 16h40<br />Maria Eduarda Oliveira Eloy, 17h00<br />Sara Cristina Tomásio Cruz, 17h20<br /></p>Manuel Portelahttp://www.blogger.com/profile/03815438473613231241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-15613266892686026992009-01-01T13:42:00.001+00:002009-01-01T13:54:14.237+00:00A mais recente matéria-prima do mundo actualNo dia em que me inscrevi na faculdade e fui informado de que teria de escolher mais uma disciplina, dentro de um leque de seis, como minha opção transversal, não me preocupei e escolhi <span style="font-style:italic;">Literatura e Media na Era Digital</span> pelo simples facto de a palavra digital estar relacionada com a era em que vivemos, a era dos computadores e de esse ser um meio do qual uso e abuso bastante.<br />No entanto, e neste preciso momento em que estou a escrever o meu último <span style="font-style:italic;">post</span> para o <span style="font-style:italic;">blog</span> da disciplina, chego à conclusão que valeu a pena.<br />Ao longo deste semestre que agora acabou, tive a possibilidade de ver as mais variadas obras digitais, algumas delas bastante estranhas e confusas, admito...mas muitas delas bastante interessantes, apelativas e dinâmicas. Destaco algumas obras como <span style="font-style:italic;">Strings</span> e <span style="font-style:italic;">Cidadecitycité</span> não só pela forma como foram feitas, mas também pela mensagem que pretendem transmitir.<br />Este novo meio (digital) é uma nova porta que se abriu...um novo mundo a descobrir...e pelo que já se viu, considero que o caminho a seguir é o da inovação e aposta nesta nova matéria-prima.<br />Relativamente ao futuro, penso que esta nova forma literária tem pernas para andar, uma vez que, actualmente, eu e outros jovens adultos da minha idade somos designados de geração dos computadores ou geração digital.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-87230680997364149862009-01-01T13:14:00.002+00:002009-01-03T13:14:41.055+00:00Cidade = Aparato/Confusão/CorreriaA obra digital <span style="font-style:italic;">Cidadecitycité</span>, de Augusto de Campos, demonstra algo que é muito comum no nosso dia-a-dia caso vivamos numa cidade – a confusão.<br />Na sociedade em que vivemos e principalmente nas cidades, apercebemo-nos que as pessoas vivem numa constante correria, um género de luta contra o tempo, sem se aperceberem do que se passa à sua volta. E esta obra digital é bem exemplo disso, uma vez que o autor coloca, ao longo de uma linha recta imaginária, um determinado número de letras que estão em constante movimento, fazendo lembrar uma fila de trânsito criada pelo número excessivo de carros. À medida que as letras se vão movimentando ouve-se uma voz de fundo que fala de uma forma muito acelerada, dificultando, deste modo, a sua compreensão.<br />Portanto, o principal objectivo do autor é dar a entender, através de uma simples obra digital, no que se tornou o nosso quotidiano, nomeadamente nas cidades.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-85439915614734693042009-01-01T12:25:00.004+00:002009-01-01T12:56:42.949+00:00Bomba – Augusto de CamposO <span style="font-style:italic;">poema-bomba</span>, de Augusto de Campos é uma obra digital que comporta som, imagem e texto. O autor pretende passar a ideia do que acontece quando algo explode, daí que inicialmente esteja tudo calmo, as letras estão juntas, contudo, e após a explosão, as letras começam a ser projectadas em todas as direcções, dando a sensação de confusão e aparato.<br />Para além do texto (as letras) e dos movimentos do próprio texto, a autora recorre ao som, que por sua vez é o ruído, o estrondo da explosão.<br />Logo, podemos concluir que Augusto de Campos recorre ao meio digital não só como uma forma de escapar às formas mais tradicionais mas também porque pretende dar a conhecer as vantagens que este novo meio tem para oferecer.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-22044445865917603972008-12-31T14:49:00.003+00:002008-12-31T15:01:52.805+00:00O pedido de ajuda de Augusto de Campos<em>sos</em> não é apenas um poema electrónico de Augusto de Campos. É um apelo, em nome de todos nós. Sobre um fundo negro (como "a noite que anoitece") aparecem letras amarelas ao som de um ruído que rapidamente associamos aos filmes de ficção científica passados no espaço. As letras agrupam-se formando um círculo que vai rodando e constituindo frases lidas por uma voz séria, lembrando um robot.<br /><br />Frases como "Que faremos após", "sem sol sem mãe sem pai", "vagaremos sem voz" giram à volta de um núcleo que, no final do poema, culmina com um "vagaroso SOS". Tudo neste poema aponta para a solidão da sociedade contemporânea, cada vez mais só, cada vez precisando de mais ajuda, mas sem voz que a possa pedir. Augusto de Campos representa a Humanidade como um grupo de crianças "sem mãe, sem pai" que se sentem sozinhas numa noite escura, sem terem como pedir ajuda.<br /><br />Por mais que se pudesse escrever sobre a solidão que presenciamos todos os dias e que é um flagelo que nos persegue, Augusto de Campos consegue em <em>sos</em> dizer tudo o que há para ser dito...Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-33696518906690959342008-12-30T22:54:00.002+00:002008-12-30T23:28:52.683+00:00Afinal o que é a Poesia Digital??As sucessivas e intensas pesquisas nos meios de comunicação, realizadas nas últimas décadas, têm permitido o surgimento de novas obras hipermédia, marcadas pela sua imprevisibilidade, concedendo-lhes uma subjectividade e liberdade de criação. De certa forma, estas novas características dão uma nova forma de criação da poesia contemporânea afectando, directamente, a própria literatura e a forma como esta se estrutura.<br />A poesia digital obrigou à superação de três elementos que dão sustentabilidade à poesia tradicional - autor-texto-leitor - sendo substituídos por um outro grupo associado na construção destes textos poéticos, nomeadamente, programador-poeta-máquina-texto-leitor.<br />Podemos considerar que o ciberespaço define as experiências sociais e cognitivas actuais, numa sociedade onde existe uma constante justaposição entre o real e o virtual, permitindo ao Homem, a vivência de um novo Mundo transponível ao espaço físico.<br />Toda esta dimensão particular, oferecida pela poesia digital, confere-lhe uma vertente, deveras, atractiva e o nascimento de novas estruturas espaciais com o rasto de espaços análogos que se cruzam, se complementam e, por vezes, se opõem.<br />O caso da interactividade é um outro parâmetro que a poesia concreta oferece ao seu público, integrando um número infindável de sequências do qual o leitor tem liberdade de optar, exigindo a sua permanente participação.<br />Assim, podemos considerar que o meio da tecnologia poética permite uma abertura de horizontes e aprofundados conhecimentos, verdadeiramente, interessantes, contribuindo, eficazmente, para o desenvolvimento da criatividade humana, numa realidade social onde se dá demasiada importância ao mundo das tecnologias, atravessando todas as idades e mentalidades.<br />Para terminar, na minha opinião, o desenvolvimento de todas estas obras têm como verdadeiras inspirações, grandes obras literárias, o que possibilita um conhecimento generalizado já que o meio digital é mais atractivo que o meio convencional, convencendo um maior número de indivíduos a aderir a esta mesma leitura. Contribui, de certa forma, para um fortalecimento da literatura e para uma maior aproximação desta com a própria sociedade que, naturalmente, é o alvo pretendido.<br />Todos estes novos conhecimentos relativos a este tema só foram possíveis graças às aulas de Literatura e Media na Era Digital que, na minha perspectiva, nos possibilitou uma nova percepção relativamente à própria essência da Literatura que, à semelhança do Mundo em que vivemos, atravessa uma permanente evolução e transformação.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-87077686247891061132008-12-30T22:31:00.000+00:002008-12-30T22:32:24.535+00:0099 maneiras diferentes de olhar o mesmo mundo<div align="justify">Os Exercícios de Estilo de Raymond Queneau demonstram de modo surpreendente que é possível (mesmo que tangencialmente) relacionar poemas japoneses, com Matemática, “helenismos”, a língua dos Pês, “francesismos”, “inglesismos” e possivelmente tudo o mais que possamos imaginar. A premissa é a mais simples possível: descrever um único acontecimento no maior número possível de maneiras.</div><div align="justify"><br />Se há algumas descrições que são acessíveis aos leitores, outras requerem algumas ferramentas de interpretação e/ou uma pitada de imaginação (por exemplo, o texto Translação: “No Y, num horizonte de grande mozés, uma tipolitografia dos seus trinta e dois anoféles, chapuz de femeeiro com um cordial a substituir a fitobiologia, pespego comprido como se lho tivessem esticado”). No entanto, há sempre algo que se aprende em cada texto, quer a nível de algum pormenor que permita imaginar uma parte do acontecimento, ou em termos de vocabulário, ou simplesmente em relação ao modo como o autor (e os tradutores) foram capazes de reproduzir determinado universo temático/ linguístico.</div><div align="justify"><br /> Lendo vários dos textos é posssível encaixar o puzzle do acontecimento (ou conjunto de acontecimentos circunstanciais) que é retratado, como se se estivesse a recolher depoimentos de testemunhas diferentes e com dialectos distintos (em suma, habitantes de Babel). O que inicialmente parece problemático rapidamente se torna interessante e estimulante e a cada leitura aprendemos uma nova possiblidade de moldar a língua.</div><div align="justify"><br />Finalmente, este conjunto de textos deita por terra a noção de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Assistir ao conjunto de ocorrências descritas seria porventura muito menos interessante que ler acerca delas descritas de várias maneiras originais. Além disso, uma imagem revelaria apenas uma visão e nunca permitiria o exercício mental que este conjunto de textos produz. Podemos observar o Mundo com dois olhos mas pensá-lo em 99 linguagens diferentes consegue dar-lhe cores que o cérebro nunca conseguiria interpretar (à primeira vista).</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-48043775675557033882008-12-30T22:30:00.000+00:002008-12-30T22:31:32.085+00:00A escrita como arte<div align="justify">Bartolomé Ferrando demonstra através das escrituras superpuestas a beleza oculta da caligrafia. Numa das suas obras, sob um fundo cinzento sobressaem os contornos marcados pela tinta dourada, como um enlace entre prata e ouro. </div><div align="justify"><br />Vislumbram-se palavras no emaranhado dos veios de tinta, mas é necessária alguma preserverança e múltiplos artifícios do olhar para encontrar o poema escondido à vista desarmada. As letras interligam-se e, como o nome do conjunto de obras indica, a escrita sobrepõe-se, quase como se escrevêssemos uma frase sem qualquer espaço entre as palavras.</div><div align="justify"><br /><em>Sangre aerea arterias incoloras sobre un libro de paginas de luz</em></div><em><div align="justify"><br /></em>Parece uma frase enigmática. Talvez seja uma metáfora para uma leitura pulsante, o livro como motor da vida, uma escrita divina. A estória que ganha corpo e alma através de cada linha escrita: a tinta corre e forma as letras, palavras, frases, linhas... como o sangue flui pelas arterias. Em poucas palavras a escrita consegue materializar-se nalgo sobrenatural e mágico, mesmo que o léxico inclua termos mais carnais e, portanto, associados ao mundo do real.</div><div align="justify"><br />São múltiplos os sentidos que se podem procurar (e percorrer) enquanto se observa esta obra de Bartolomé Ferrando e várias as questões que podem surgir: porquê o uso específico das duas cores associadas a metais nobres, qual o significado (se é que o tem) daquela pincelada mínima a cinza/prateado no fundo da página, o que será que o autor quis realmente dizer, haverá outra palavra oculta que dê um contexto completamente diferente à frase? </div><div align="justify"><br />Contudo, o mais admirável é o facto de Bartolomé Ferrando conseguir transformar de modo tão simples (e simultaneamente complexo) a contemplação de uma pintura no acto de leitura e levar o “leitor” (em mais do que um sentido) a ler como se estivesse a observar um quadro. As duas artes fundiram-se harmoniosamente provando que a caligrafia não serve só para revelar a personalidade do escritor ou para embelezar uma página: é também um mundo secreto, um código com significados ocultos que pode surpreender o mais desprevenido dos leitores.</div>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-4472248448314925312008-12-30T22:04:00.002+00:002008-12-30T22:52:19.253+00:00"Húmus Poema Contínuo" de Rui Torres<a href="http://www.telepoesis.net/humus/humus_index.html">http://www.telepoesis.net/humus/humus_index.html</a><br /><br />O poema hipermédia de Rui Torres - Húmus Poema Contínuo - tem como base de criação, os texto elaborados por Herberto Hélder, poeta português e Raúl Brandão, jornalista e, também, escritor português.<br />Húmus de Raul Brandão foi documentado durante a primeira guerra mundial e a sua primeira publicação foi no ano da Revolução Russa. Esta obra tem suscitado diversificadas opiniões por parte da crítica literária, interessando salientar o seu carácter de "antecipação".<br />Tal como no poema reescrito por Rui Torres, Raul Brandão define-se pela reedição e reelaboração da sua própria escrita, criando uma narrativa bastante instável e fragmentária.<br />Por sua vez, Herberto Hélder também se caracteriza pela sua reinvenção literária e pela sua grande capacidade de criatividade e talento para a escrita. Na década de 60, o poeta criou um conjunto de exercícios hipertextuais, fazendo parte de um restrito conjunto de impulsionadores da literatura hipertextual.<br />Como o próprio título sugere, "Húmus" exibe a transformação, a existência de variadas possibilidades do ser humano conceber as suas próprias experiências que, naturalmente, se transformam em sequência do Mundo em que vive e da sua percepção acerca deste mesmo Mundo.<br />Numa primeira abordagem a esta obra digital, surgem-nos dez conjuntos repartidos de pequenos excertos poéticos que, conforme o clique do espectador, vão-se modificando e formando novos significados. Simultaneamente, surge-nos o número de possibilidades possíveis na criação destes poemas, somente com aquele conjunto de caracteres. Existe, de facto, uma enormidade de diferentes tipos de interpretação, directamente acessíveis ao espectador.<br />Esta carcterística, presente na obra, demonstra, na íntegra, toda a capacidade interactiva e inovadora que esta nova arte de conceber a literatura mundial oferece a uma sociedade que se apresenta, profundamente, unida às novas tecnologias e às funcionalidades que estas oferecem.<br />Nesta poesia aparecem, constantemente, símbolos, nomeadamente, a água, o ouro, a morte, o silêncio, a ressurreição, o tempo, o sonho, entre outros.<br />O silêncio surge como um elemento essencial, tendo uma dupla intenção de morte e de renascimento, revelando-se como um componente activo da linguagem. Este próprio silêncio denota-se na inexistência de qualquer tipo de som aquando da apresentação deste poema digital. Também, a imagem de primavera trás consigo o símbolo da fecundação, do nascimento e da transformação. A água é o símbolo da pureza, da vida e, de certa forma, um meio de sobervivência e transparência.<br />Analisando estes conceitos, podemos examinar, directamente, o próprio conteúdo dos versos onde são transmitidas mensagens puramente humanas e profundamente sensíveis e emotivas. A própria composição de cores, imperada pelo branco (a vida) e preto (a morte), demosntram esses mesmos extremos que , por vezes, podemos mergulhar em determinados momentos da nossa vida.<br />O texto revela um carácter intenso e bastante sensorial, transportando o leitor para um novo Mundo, podendo considerar-se como um ponto de partida para a reflexão da própria vida e do seu verdadeiro significado. Existe um sentimento de libertação e transformação que deriva da dinâmica vital do sujeito. Estar vivo é estar em transformação constante, e essa transformação implica uma reescrita. No fundo "Húmus" completa-se a partir do passado e do presente, da tradição e da inovação, do silêncio e da vida.<br />Na minha perspectiva, este poema retrat, de uma forma muito subtil e inteligente, a existência humana que se baseia em diversos símbolos que guiam a nossa vida e a forma como encaramos as nossa experiências. É um projecto bastante completo que conjugou, perfeitamente, o conteúdo original dos escritores Herberto Hélder e Raul Brandão com as novas concepções da escrita digital. Esta nova forma de apresentação, na minha opinião, permite uma maior aproximação do leitor com o conteúdo inerente à mensagem, podendo considerarmos que, possivelmente, terá um maior efeito no leitor em questão.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-47564139547945215782008-12-30T21:41:00.002+00:002008-12-30T21:51:08.898+00:00Clair de Lune&MalinowskyEsta obra digital surge como uma componente motivadora de novas compreensões relativas ao próprio conceito da música.<br />Existe um forte envolvimento do som com a imagem gráfica em que as notas do piano implicam, de imediato, uma constante modificação de cores, possibilitando, ao leitor, uma forte e intensa aroximação com poema em questão.<br />É, precisamente, esta interactividade e dinâmica que possibilitam ao espectador, o conhecimento deste novo caminho de criar e compreender a nova poesia - a poesia digital<br />O poema suscita uma envolvência profunda e contínua do leitor com a música transpotando-nos para um "Mundo" tranquilo, obstante a qualquer tipo de conflitos.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-78561182040548756572008-12-30T21:02:00.003+00:002008-12-30T21:37:44.974+00:00"Deseo, Desejo, Desire" (aulas anteriores)Ana Maria Uribe concebeu esta obra digital - "Deseo, Desejo, Desire", sendo visto como uma espécie de compilação de três anipoemas eróticos que, na sua essência, abordam a questão do desejo, surgindo, em três diferentes línguas.<br />A autora imprimiu à sua obra uma harmoniosa relação entre o som e o movimento concedendo uma dinâmica e originalidade à mesma.<br />O movimento que as letras manifestam e as próprias cores (cores vivas e fortes), remetem-nos, precisamente, para o erotismo envolvente ao longo desta obra. Sugere-nos a atracção física, a proximidade entre os corpos...<br />Na minha opinião, a concepção deste poema construi um desfecho muito bem conseguido em que a autora conciliou, perfeitamente, o som e a forma como as letras se apresentam ao leitor, atingindo o seu principal objectivo: transparecer o tema central da obra, o desejo.<br />O surgimento desta palavra em diferentes línguas transmite a universalidade do conceito que se apresenta como elemento presente na existência humana.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-76968425042143930422008-12-30T20:39:00.001+00:002008-12-30T20:41:34.488+00:00HegirascopeNesta obra de hiperficção Hegirascope publicada em 1995 por Stuart Moulthrop, os fragmentos textuais passam como num ininterrupto slide show, as páginas encadeiam-se de modo automático após ter decorrido um certo período de tempo (normalmente de 20 a 30 segundos), para além de os nós de texto conterem os habituais links. Em Hegirascope se adiciona uma figura temporal que pode ser vista, como uma alegoria da ausência de influência do leitor sobre o texto .Esta obra de Moulthrop não permite essa leitura contemplativa. O efeito acrescentado do ritmo temporal transforma Hegirascope numa paródia do hipertexto, numa excessiva fragmentação Hegirascope obriga a reflectir sobre alguns pontos. Por um lado, a actividade que obras como esta propõem aproxima-se mais do visionamento de um espectáculo que da leitura de um livro, em virtude não tanto da importância concedida ao visual mas da falta de controlo do leitor sobre o passar da página.<br />Contudo o autor de Hegirascope ,retém o controlo total sobre o conteúdo da obra mesmo após a publicação do texto,pode em qualquer ponto mudar ou acrescentar partes ao texto sem o conhecimento do leitor e é o único a ter a todo o momento uma compreensão integral da composição do texto.<br /><br /> ...BOM ANO NOVO DE 2009...:)Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-43474414153413150452008-12-30T20:38:00.000+00:002008-12-30T20:39:43.688+00:00Site de Arnaldo AntunesQuanto acedemos ao síte,a primeira pagina sugere-nos um índice que nos confunde com estruturas bibliográficas em que há muitos elementos que são comuns á pagina como os seus métodos .Cada ligação que acedemos corresponde a uma ,como lógica da estruturação dos ficheiros que estes programas de sítio estabelecem .Na lógica de página este ficheiros Web na sua representação visual são uma remediação da forma de página ,que tem características que nós conhecemos da pagina de um livro.<br />Neste site vemos a representação discográfica do autor ,das obras representadas pelas capas e todos os conteúdos referentes as discografia do autor.<br />A forma gráfica tem o formato de um labirinto onde existem vários caminhos que reflectem como particularidade de um ficheiro no espaço digital.Neste site de Arnaldo Antunes existe portanto um certo número de ligações numa estrutura hierárquica em que não podemos passar por alguns ficheiros sem passar por outros.<br />Em suma cada leitor que vai entrar neste site vai seguir um percurso que são percursos que estão determinados não só pela hierarquia mas por ele próprio,existem muitas associações que estão construídas de escolhas que qualquer leitor deste site pode fazer um percurso diferente.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-81635485183114301292008-12-30T20:36:00.003+00:002008-12-30T20:38:18.325+00:00“eis os amantes”de Augusto de CamposO poema “eis os amantes”de Augusto de Campos faz parte da série de poemas intitulada poetamenos, inicialmente publicada em 1953.<br /> Toda história deste poema é estruturada na relação entre as cores primárias e as cores secundárias. <br />Ao longo dos seis poemas nos deparamos com um tema comum: a ausência da amada, a distância física e todas as sensações oriundas dessa separação. O próprio nome poetamenos já lança ao leitor os indícios dessa incompletude. Esse sentimento apresenta-se nos poemas pelo uso da cor. Entre as cores primárias (cores puras) e as secundárias (formadas a partir de duas cores primárias) constatam-se as relações de ausência, contraste e complementaridade. <br /> O poema é formado por duas cores: o azul e o laranja (cor complementar). Essas cores representam no poema a figura do poeta e da amada. Eis os amantes possui eixo de força central, todo poema está alinhado a partir do centro da página. O tema revela a dialéctica que se expressa nas palavras que se fundem ou se separam. <br />A palavra é o corpo do outro, “cimaeu baixela” e o poema encena, espacial e cromaticamente, a fusão dos amantes. O poema é estruturado através do método de criação de “palavras-valises”(palavra que faz a ligação entre duas palavras).Esse procedimento, aliado à utilização das cores complementares, dá a sensação de fusão entre as palavras, assemelhando-se ao acto sexual entre os amantes, como o próprio nome do poema já diz.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-49249128015566134402008-12-30T20:36:00.001+00:002008-12-30T20:36:56.208+00:00Enigma nEste poema de Jim Andrews intitulado “Enigma n” é um poema que nos remete para a problemática do sentido,que é uma palavra escrita,de acordo com esta convenção de código escrito.Esta palavra é composta por letras e sons que estão combinados numa certa sequencia que nos remete para uma constante de possibilidades de formar sentido.As letras recombinam-se na ordem posicional para gerar palavras de sentido mas pode também oscilar numa forma virtualmente aleatória e gerar arbitrariamente um conjunto de padrões.<br />Estes padrões que estão a ser gerados não estão pré definidos ,nós é que clicamos nestes padrões.No momento que assumo clicar ,o texto assume essa configuração.O que este texto está a representar é a intervenção do leitor nesse mesmo texto,que está programado para que o leitor intervenha no seu campo textual e veja uma consequência da sua intervenção.<br />A partir da palavra “meaning” podemos gerar um número infinito desses padrões.Nos temos o sentido inicial “meaning”entretanto há um conjunto de variações com a alteração das cores mas se gerar um padrão de movimento o texto ocorre.<br />Em suma,esta forma nos permite representar de uma forma virtual a dimensão caótica da significação.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-36162544395912463162008-12-30T20:35:00.000+00:002008-12-30T20:36:16.209+00:00O Jardim dos Caminhos que se BifurcamO conto jardim de caminhos que se bifurcam de Jorge Luis Borges, é o título do livro labirinto de Ts'ui Pên. Neste livro o autor conta a história de um asiático em plena guerra, que precisa de informar algo. Não se sabe de que lado ele está. Cada passo, cada acção é calculada, para que não haja erro. Em um guia, encontra a resposta. De comboio, chega até a casa.<br />Perante a focalização deste conto descobre-se que o protagonista descende de uma linhagem real e sagrada da Ásia, especialmente de um integrante, que foi o autor de uma novela caótica perante a qual o autor sugere a imagem da bifurcação no tempo, e não no espaço".Em todas as ficções, cada vez que um homem se defronta com diversas alternativas, opta para uma e elimina as outras; mas Ts'ui Pen, opta simultaneamente para todas. Cria, assim, diversos futuros, diversos tempos, que também proliferam e se bifurcam. <br />Fang, digamos, tem um segredo, um desconhecido chama à sua porta; Fang decide matá-lo. Naturalmente, há vários desenlaces possíveis: Fang pode matar o intruso, o intruso pode matar<br />Fang, ambos podem salvar-se, ambos podem morrer, etc. Na obra de Ts'ui Pen, todos os desfechos ocorrem; cada um é o ponto de partida de outras bifurcações.<br />Infinitas séries de tempos, numa rede crescente e vertiginosa de tempos divergentes, convergentes e paralelos.<br />Essa eloquência de tempos que se aproximam, se bifurcam, se cortam ou que secularmente se ignoram, abrange todas as possibilidades.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-25683927338503131462008-12-30T20:34:00.000+00:002008-12-30T20:35:14.956+00:00"Tensão" de Augusto de CamposQuando tentamos interpretar este poema concreto “Tensão” de Augusto de Campos ,a nossa primeira expectativa de leitura é que estamos pré-condicionados a encontrar sentido nos textos ao formar palavras,ou seja pré-programados de ler de certa maneira as palavras,lendo da esquerda para a direita,de cima para baixo,o que nos obriga a tomar decisões que não são de fácil alternativa .<br />Tensão é um dos poemas de maior densidade sonora e estrutural. O poema apresenta uma forma espelhada, a partir de um eixo central: “ten / são”. O que caracteriza o poema é a quadrícula ,a possibilidade da leitura geométrica e a exploração das intersecções sonoras.<br />Com um uso mínimo de palavras e letras, o poema possibilita a existência de diversos sentidos. Palavras com o mesmo número de letras desdobram-se, formando pequenos blocos quadrangulares, que, juntos, estruturam um bloco maior. A tensão age no próprio poema, ou seja, ela é o poema.<br />A tensão de que o texto nos fala também é a tensão entre o som e o sentido,a escrita e a leitura onde os percursos de leitura tem de ser construídos no acto de ler o texto,e também onde os percursos de leitura tem de ser construídos pelo acto de ler o texto onde está presente a correlação entre a escrita e a leitura.<br />O que este poema nos mostra é que o sentido é construído através do modo de ler o texto,quando leio o texto de uma certa maneira eu construo um certo sentido.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-84661552774346118642008-12-30T20:32:00.000+00:002008-12-30T20:34:10.836+00:00A Bíblia de GutembergA Bíblia de Gutemberg ,foi de facto a bíblia oficial da igreja católica e toda uma tradição de produção de bíblias que provieram da idade media.Quando olhamos para esta bíblia encontramos certas características que são dos manuscritos ,como é o exemplo da epístola no primeiro capítulo ,as capitulares ,as colunas de texto lineares que encontramos por página ,tal como o próprio padrão de letras standard que é característico da imprensa.<br />Com a chegada da era digital e do hipertexto ,podemos ver representada esta obra trespassando da forma material do livro para a forma digital.Quando utilizamos o rato e viramos uma página da própria bíblia ,num acto simulado e virtual ,esta ilusão do material do objecto numa forma gráfica ,nos apresenta um conceito criado por Bolter e Grusin,designado como remediação,como sendo um processo de mudanças em que ocorrem num meio ou meios(mídia)diante do aparecimento de uma tecnologia que chega mesmo a competir e a completar tecnologias anteriores.<br />Contudo este conceito de remediação não se refere simplesmente a uma apropriação de especificidades de um meio por outro meios mas também à continua e permanente reorganização dos vários meios ,que vão se modificando sem que qualquer um deles necessariamente desapareça perante a visualização que vemos hoje em qualquer computador.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-34197541262143461212008-12-30T18:34:00.000+00:002008-12-30T18:35:09.494+00:00Amor de Clarice – Rui Torres<span style="font-style:italic;">Amor de Clarice</span>, de Rui Torres, é uma obra digital baseada no conto <span style="font-style:italic;">Amor<span style="font-style:italic;"></span></span> da escritora brasileira Clarice Lispector e resulta de uma combinação entre som, texto, imagem e movimento.<br />O leitor tem a possibilidade de interagir directamente com a obra, uma vez que é ele próprio que decide onde vai começar e onde vai acabar. Para tal, tem ao seu dispor a possibilidade de seleccionar as partes da obra que deseja ler ou pode clicar sobre a parte que mais lhe interessa e ouvi-la.<br />Deste modo, o leitor tem a possibilidade de alterar o sentido da obra sempre que o entender, bastando, para isso, um “click”.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-55935069288417210162008-12-30T16:58:00.000+00:002008-12-30T16:59:34.870+00:00O piano digitalA obra digital <span style="font-style:italic;">Clair de Lune</span>, de Stephen Malinowski pode ser definida como um piano digital. O autor recorre a um conjunto de barras coloridas que nos fazem lembrar as teclas de um piano e que se vão iluminando à medida que a música decorre. Sendo que a cada cor corresponde a uma nota musical.<br />Ao longo da música apercebemo-nos que há várias notas que se vão repetindo e consequentemente sobrepondo.<br />A interacção entre o som, a imagem, e o próprio movimento dá-nos a ideia de que está mesmo alguém a tocar piano, pois vemos as teclas a serem pressionadas. Tal não é possível quando estamos, simplesmente, a ouvir a música, uma vez que a única propriedade que temos ao nosso dispor é o som.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-66464801605548997822008-12-30T15:43:00.000+00:002008-12-30T15:44:45.713+00:00Deseo, Desejo, Desire<span style="font-style:italic;">Deseo</span>, <span style="font-style:italic;">Desejo</span>, <span style="font-style:italic;">Desire</span>, de Ana Maria Uribe, é uma obra digital constituída por três anipoemas acerca do desejo. Esta obra digital tem como base a palavra desejo em três línguas distintas: “deseo”, “desejo” e “desire”. Em todos os anipoemas a autora dá vida às letras (movimentam-se) que constituem a palavra como forma de representar o desejo. Outra forma encontrada pela autora para dar a entender ao leitor o significado dos anipoemas é o som. O movimento das letras é acompanhado por som, o que possibilita ao leitor compreender melhor este tipo de poesia.<br />Tal na obra digital <span style="font-style:italic;">El circo</span>, Ana Maria Uribe volta a conciliar som, imagem e movimento de modo a criar uma obra bastante interactiva e dinâmica que desperte a atenção do leitor.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-11809401981644495492008-12-30T14:23:00.000+00:002008-12-30T14:26:23.567+00:00Strings – yes, no, maybe…<span style="font-style:italic;">Strings</span> é uma obra hipermédia que retrata uma discussão entre duas pessoas, possivelmente um casal.<br />Inicialmente, o leitor depara-se com uma discussão acesa em que nem um nem outra estão dispostos a ceder – “ yes or no”. No entanto e com o decorrer da discussão, o “no” começa a ceder e deparamo-nos com o “maybe”. Esta cedência vai-se confirmar quando o “no” acaba por concordar com o “yes” e nessa momento dá-se a reconciliação do casal. Se inicialmente a linha se dividia em duas partes distintas, agora forma um todo, representando, deste modo, a união do casal.<br />Em suma, <span style="font-style:italic;">Strings<span style="font-style:italic;"></span></span> é uma obra cujo principal objectivo é dar a conhecer ao leitor o poder da argumentação. Ou seja, grande parte dos dilemas com que vamos sendo confrontados ao longo da vida pode ser resolvida através da exposição de argumentos e pontos de vista bem consolidados.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-68526906359564871532008-12-30T13:03:00.003+00:002008-12-30T14:29:12.042+00:00O CircoA obra “El circo: anipoema por entregas” de Ana Maria Uribe trata-se de um conjunto de anipoemas que permitem ao leitor ter a ideia de que se encontra num circo. A base de toda esta obra é o alfabeto, no entanto, a autora dá vida às próprias letras, dota-as do privilégio de se puderem movimentar. Daí que nos anipoemas como “Los animales” e “Columpio” o leitor tenha a ideia de que esta diante de um desfile de animais de circo e de um trapezista a realizar o seu número, respectivamente.<br />Logo, Ana Maria Uribe recorre as formas oferecidas pelo meio digital, nomeadamente o som, o movimento e a imagem para dar a conhecer ao leitor o que é o circo.Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-73214186860240576902008-12-30T00:10:00.003+00:002008-12-30T00:23:25.247+00:00Strings (aulas anteriores)"Strings" é uma obra hipermédia que retrata como, por vezes, podemos moldar as nossas relações interpessoais, marcadas pela oposição, pela concordância e pelas inúmeras cedências com que lidamos ao londo da nossa vida.<br />Numa primeira abordagem a esta obra, é-nos sugerida uma discussao em que dois campos, completamente diferentes, que se opõem, seguindo uma mesma linha que surge como ponto orientador e foco de ligação entre ambos.<br />Numa seguinte fase, existe uma éspecie de coerência, preparando-se como um momento antecedente à união e ao entendimento de ambas as partes.<br />É precisamente na terceira e ultima parte que podemos constatar o momento áureo desta mesma reconciliação, onde os dois lados se juntam formando um so corpo.<br />Todo este processo de entendimento foi acompanhado pela capacidade de argumentação, retratando, plenamente, a forma como devemos guiar a nossa caminhada vivencial, procurando, sempre, ultrapassar todas as adversidades da melhor forma, no fundo, de um modo "argumentativo".Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-22601239.post-78380976280736692742008-12-29T21:20:00.001+00:002008-12-29T21:20:35.168+00:00Ana Maria Uribe – «Deseo, Desejo, Desir»<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Esta obra consiste em três anipoemas eróticos, no meu ponto de vista, esta obra representa maioritariamente as artes da sedução, sendo representado por letras que formam palavras de significados iguais. Cada anipoema representa uma palavra escrita em diferentes línguas – Deseo, Desejo, Desir.</span></div>Unknownnoreply@blogger.com